sábado, 22 de novembro de 2008

Ultima parada 174528


Não, a intenção principal desse post não é simplesmente comentar sobre o incidente do ônibus carioca de alguns anos atrás, nem mesmo sobre o filme que acabou de sair - (aliás eu vi o filme, e não gostei tanto assim, mas isso é assunto pra um outro post.) Esse é um post pra relatar uma experiência de “quase morte” vivida por mim na ultima terça-feira. (Tá bom... talvez eu tenha exagerado um pouco no “quase morte”, mas vamos aos relatos.)

Minha rotina na terça-feira é basicamente me deslocar de uma aula pra outra – do espanhol pro inglês, do inglês pra faculdade - o problema é que cada uma fica em um canto da cidade, e com o horário apertado estou sempre correndo pra pegar ônibus de um canto pro outro.

Estava eu saindo do meu espanhol, e tinha apenas 15 minutos pra chegar até o Inglês, mesmo assim resolvi passar num banco que ficava no caminho, e sabia que sempre ficava vazio, pra pagar a taxa do exame da auto-escola (o que já tava enrolando pra fazer a quase um mês).

Paguei, e saí do banco com ainda mais pressa pra poder pegar qualquer ônibus que me levasse pro inglês, peguei o então o ônibus pro Bairro Borboleta, 528, que me deixaria na Cultura inglesa, onde faço Inglês. O ônibus estava mais ou menos cheio, mas ainda consegui achar um lugarzinho pra sentar.

Ok, estava feliz, pensando que em duas semanas estaria de férias, mas eis que no ponto seguinte, entra um cara estranho pela porta da frente(aqui na minha cidade por onde as pessoas desembarcam do ônibus). Com um sotaque paulista, carregando uma bolsa desajustada, segurando um papel meio amassado, e com os olhos vermelhos sabe-se lá de que, ele começou a explicar que era um ex-presidiário, que tinha acabado de sair da prisão e precisava de dinheiro pra voltar pra sua terra.

Não que eu tivesse comprado a história dele, nem ia dar dinheiro nenhum, mas ele não parecia querer fazer mal a ninguém, e já tinha cansado de ver gente fazendo parecido, era só esperar ele sair, e seguir viagem. O motorista impaciente e valentão no entanto não quis esperar, e se pôs a expulsar o homem do ônibus a gritos e empurrões, chegou a tomar o papel amassado da mãe dele e jogar pela janela. O cara então comprou a briga e começou a proferir ameaças de morte ao motorista .

O pânico se instaurou no ônibus, as senhoras se amontoavam no fundo do ônibus, algumas até pulavam a roleta pra conseguir sair pela porta de trás. Começaram a gritar a polícia, e eu que tava sentado num banco perto da roleta e da porta, não sabia se também tentava sair do ônibus de uma vez, ou se ficava esperando tudo acabar. Estava perplexo, aquilo tudo era quase surreal, coisa que só se via no cinema ou no noticiário (Juiz de fora apesar do tamanho é muito pacata, é difícil ver assalto a mão armada na rua, quanto mais o sequestro de um ônibus).

Fiquei rezando pra que a policia não chegasse, o cara parecia drogado, sabe-se lá o que tinha na bolsa, e se antes a intenção do cara era só arranja uns trocados, se a polícia chegasse podia mudar totalmente. (Quem viu o filme ônibus 174, sabe que a intenção do cara não era seqüestrar o ônibus, só o fez porque viram que estava armado e chamaram a polícia). Enfim, depois de uns 10 minutos parados, o cara resolveu descer (mesmo fazendo juramento de morte ao motorista) e o ônibus pode seguir viagem.

Estava eu aliviado, pensando que dalí em diante seguiria tranqüilo, até que uma gordinha resolve se levantar e passar uma bronca no motorista, uma senhora idosa manda então que ela se sente e cale a boca. A gordinha mais parecia a Vera verão atacada, começou outro escândalo, dizendo que só não dava um tapa na cara da senhora agora, porque ela era de idade, algumas pessoas riam, e ela gritava mais ainda, dizendo que queria que o homem tivesse dado um tiro na cara de todo mundo, e assim foi até o ponto deixei o ônibus.

Descí do ônibus aliviado, desacreditado do que tinha acontecido- por causa de um mototista metido a valente, eu podia ter sido sequestrado no ônibus, afinal o cara estava visivelmente drogado, e ninguem sabia o que tinha na bolsa - e também pensando o quanto esta história daria uma boa postagem pra esse humilde blog.

4 comentários:

  1. Felipe ficou impressionado com o filme..que o primeiro mal encarado que resolveu quebrar tudo com o motorista já meteu medo.

    Prático, normal.
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  2. ahsuahsuahuh

    Felipe passou por um mal bocado no busão!!!
    imagino a situação!! uahsuahsh

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  3. meu Deus, que chocante! u.u

    se isso acontece comigo, te dou certeza de eu pulava pra fora do ônibus pela janela.

    beeijo, Felipe! boas férias.

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  4. Caramba. o.Õ

    É, JF não é tão pacata quanto eu pensava...

    Abraço!

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